Agroindústrias rurais, políticas públicas e desenvolvimento regional: um perfil da agroindustrialização brasileira com base nos dados do Censo Agropecuário 2017
DOI:
https://doi.org/10.17058/redes.v27i1.16727Palavras-chave:
Alimentação, Agroindústrias rurais, Cadeias curtas e mercados alimentares, Desenvolvimento regional endógenoResumo
O objetivo deste trabalho foi analisar os dados da agroindústria rural (AGR) do Censo Agropecuário 2017, de forma a construir um perfil das experiências no Brasil, nas macrorregiões e nos dois tipos de agriculturas (familiar - AF e não familiar - ANF). A metodologia utilizada foi quantitativa, se utilizando dos dados sobre agroindústria rural do Censo Agropecuário 2017, obtidos no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do Sistema Automático de Recuperação de Dados (SIDRA). Os resultados e conclusões apontam para um perfil de AGRs mais presente nos estabelecimentos da AF, embora os maiores valores de produção e de venda estejam na ANF. As AGRs da AF possuem maiores valores de sua produção que é autoconsumida pelas famílias e menores escalas de produção em relação as AGRs da ANF. A Região Nordeste é a que possui maior número de AGRs, nos dois tipos de agriculturas, enquanto o Sudeste possui maiores valores de produção e de vendas e o Sul maior autoconsumo. Dada a importância da atividade das agroindústrias para o fornecimento de alimentos saudáveis e sustentáveis aos consumidores, caberia ao Estado destinar mais apoio com políticas públicas a estas inciativas, no sentido de aumentar sua autonomia de gestão, gerar mais ocupações e renda e construir melhores mercados para as experiências.
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