As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul e a capacidade de resposta dos municípios às inundações

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v29i1.19566

Palavras-chave:

Desastres climáticos, Gestão de riscos, Planejamento municipal, Rio Grande do Sul

Resumo

O artigo analisa a capacidade de resposta a desastres climáticos dos 418 municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas enchentes de maio de 2024. Foram utilizados dados secundários provenientes de decretos e relatórios do governo estadual e da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), que permitiram construir seis escalas aditivas. Dessas, apenas duas apresentaram consistência interna: a) Gestão de risco de inundações e b) Instrumentos de planejamento para a gestão de riscos e desastres. A partir dos valores das escalas, foram comparados dois grupos de municípios: a) Até 20.000 habitantes e com risco de inundações, b) Com 20.000 ou mais habitantes. Quanto aos quesitos da gestão de riscos e desastres mensurados pela MUNIC, constatou-se uma grande quantidade de valores baixos: em 15 variáveis (32% de 47) menos de 10% dos municípios responderam afirmativamente. Em específico, os municípios pequenos, mesmo aqueles com áreas passíveis de inundação, encontram-se mais despreparados, pois apenas 20% afirmaram possuir Plano Diretor que contemple a prevenção de inundações e somente 11% disseram possuir Plano de implantação de obras e serviços para a redução de riscos e desastres. Os valores das escalas confirmaram os achados: a) Gestão de riscos, máx. 8 pt. (RS = 2,37; municípios com 20.000 ou mais hab. = 3,56; municípios com menos de 20.000 hab. = 1,76); b) Instrumentos de planejamento, máx. 9 pt. (1,15; 1,83 e 0,83, respectivamente).

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Biografia do Autor

Letícia Shabbach, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais (1986 e 1987), Mestrado (1995) e Doutorado em Sociologia (2007), pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É professora associada do Departamento de Sociologia da UFRGS, atuando nos cursos de graduação de Ciências Sociais e de Políticas Públicas, no Programa de Pós-graduação em Sociologia (coordenadora) e no Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas. Desenvolve pesquisas sociológicas sobre as temáticas da violência, do crime e das políticas públicas e sociais. Participa das seguintes redes e grupos de pesquisa: Grupo de Trabajo Violencias, políticas de seguridad y resistencias do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO, https://www.clacso.org/grupos-de-trabajo/grupos-de-trabajo-2019-2022/?pag=detalle&refe=2&ficha=1609); Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV - https://www.ufrgs.br/cegov); Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania (CNPQ;http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/758218). É filiada à Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), onde coordena o Comitê de Pesquisa Sociologia das Políticas Públicas (https://sbsociologia.com.br/comites/comite-de-pesquisa/cp06-sociologia-das-politicas-publicas/). E pesquisadora produtividade 2 do Cnpq.

Lucas de Lima e Cunha, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pós-graduação em Sociologia, tendo adquirido os títulos de Mestre e de Doutor pela mesma universidade. Ênfase nos seguintes temas: Sociologia da Infância, Sociologia da Violência, Sociologia do Meio Ambiente e Metodologia. É pesquisador associado do CEGOV-UFRGS tendo participado da avaliação do POD (Programa Oportunidades e Direitos) para a Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo do RS, com recursos do BID. É consultor do BID no projeto " Segurança Humanitária para a Reconstrução do RS", junto à Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo. Tem  apresentado suas pesquisas em eventos tais como  Congresso Brasileiro de Sociologia, Congresso da Iternational Sociological Association e Encontro de Administração Pública. 

Vanessa Marx, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pós-Doutorado em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutorado em Ciência Política e Administração - Universidad Autonoma de Barcelona (2008) reconhecido no Brasil pela Universidade de São Paulo (USP). Mestrado em Integração Latino-Americana Universidad Nacional de La Plata (1997). Tem formação em ciências sociais, políticas públicas e relações internacionais, atuando nos seguintes temas: sociologia urbana, novos atores das relações internacionais (cidades e movimentos sociais); participação cidadã, movimentos sociais e relação entre Estado e sociedade. Atualmente é coordenadora do Grupo de Pesquisa Sociologia Urbana e Internacionalização das Cidades (GPSUIC) e do Projeto de Extensão Mulheres e Cidades. Pesquisadora e coordenadora do INCT- CNPq Observatório das Metrópoles - Núcleo Porto Alegre. GPSUIC: https://www.ufrgs.br/gpsuic/ Observatório das Metrópoles: https://www.ufrgs.br/obsmetropolespoa/

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Publicado

2024-12-02

Como Citar

Ramos, M. P., Shabbach, L., de Lima e Cunha, L., & Marx, V. (2024). As enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul e a capacidade de resposta dos municípios às inundações. Redes, 29(1). https://doi.org/10.17058/redes.v29i1.19566

Edição

Seção

Estratégias de resposta face à emergência climática