Formação dos Grupos de Organismo de Controle Social em Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, SP: estudo de caso do grupo de mulheres de São Pedro

Autores

  • Katia Maria Pacheco dos Santos Doutora em Ciências - área de concentração Ecologia Aplicada - Pesquisadora visitante da UNB

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v23i3.9238

Palavras-chave:

Agricultores quilombolas. Regulação jurídica. Pluralismo jurídico. Organismo de certificação social.

Resumo

A Agroecologia é uma ciência que estabelece o diálogo entre a ecologia e a agronomia e que impulsiona a geração de novos conhecimentos baseados na riqueza social e ambiental de cada locus, lançando luz aos processos agroecológicos que se forjam na interface entre as cosmovisões, teorias e práticas. O conceito traz consigo os desafios à sua operacionalização no campo das políticas na contramão do modelo capitalista de produção agrícola. Esse é o caso da Lei dos Orgânicos e do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. O presente artigo apresenta uma reflexão sobre os arranjos institucionais moldados a partir do ideário da intervenção do Estado para validar a produção familiar de base agroecológica. Qual seja, por meio de Organismo de Controle Social - OCS, tomando como estudo de caso um grupo de agricultores quilombolas em específico. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas e análise da legislação correlata. A referida normativa é um mecanismo de constatação de produtos e processos que se baseia na relação de confiança entre produtor e consumidor quando das relações comerciais de venda direta e, ao mesmo tempo, promove uma ruptura dos modos habituais de pensar a regulação jurídica, cuja expressão hegemônica está submetida à influência das culturas ocidentais, inscritas num contexto marcado pelas experiências do Estado, com a abertura da tradição jurídica ao pluralismo jurídico. Não obstante, concluiu-se que essa nova categoria normativa deve ser considerada como um lugar de disputa para uso do Estado e da sociedade.

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Biografia do Autor

Katia Maria Pacheco dos Santos, Doutora em Ciências - área de concentração Ecologia Aplicada - Pesquisadora visitante da UNB

Engenheira Agrônoma de formação, Mestre em Ecologia de Agroecossistemas pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz /USP e Doutora em Ciências, com Área de concentração em Ecologia Aplicada. Tese de Doutorado em Segurança Alimentar. Atuação profissional na temática socioambiental e da segurança alimentar rural na Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Tem experiência em elaboração e gestão de projetos socioambientais e em captação de recursos junto a instituições como: FNMA/MMA, MDA; Petrobras, além da FAPESP e do CNPq. Atua a mais de 15 anos em projeto socioambientais junto a grupos indígenas, quilombolas, caiçaras e agricultores familiares de regiões da Amazônia, do Maranhão, de Tocantins, de São Paulo e do Paraná. Atuou como consultora no PNUD; MMA; MDS e NATURA. Foi gestora de Unidades de Conservação pela Fundação Florestal/SMA no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), Estação Ecológica Juréia-Itatins, RDS, APA dos Quilombos do Médio Ribeira e Parque Estadual Caverna do Diabo. Nas Unidades de Conservação no Estado: Ilha do Cardoso e Campina do Encantado atuou como engenheira agrônoma na pasta de regularização fundiária. Atuou na coordenação de Projetos em ONGs ambientalistas e indigenistas como o Instituto Socioambiental - ISA, Instituto de Formação e Educação Indígena (IEPÉ), Centro de Trabalho Indigenista (CTI). Atualmente é docente na faculdade de agronomia e medicina veterinária na Universidade de Brasília - UNB nas Disciplina de Extensão Rural e Administração Rural e Comercialização Agrícola (2016). Pesquisadora na área de Segurança Alimentar e em Políticas Públicas de Compra Direta da Agricultura Familiar (PAA e PNAE).

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Publicado

2018-09-12

Como Citar

Santos, K. M. P. dos. (2018). Formação dos Grupos de Organismo de Controle Social em Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, SP: estudo de caso do grupo de mulheres de São Pedro. Redes, 23(3), 336-352. https://doi.org/10.17058/redes.v23i3.9238