Uma leitura territorialmente situada dos processos de transição agroecológica: ecologia de projetos na Região Serrana Fluminense

Autores

  • Juliano Luís Palm Pesquisador do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz). Doutor em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). http://orcid.org/0000-0002-4697-8827
  • Claudia Job Schmitt Professora Associada do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). http://orcid.org/0000-0003-1248-2994
  • Claire Lamine Diretora de pesquisa em sociologia do l’Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement – INRAE - Unidade Ecodéveloppement. http://orcid.org/0000-0001-8102-1468

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v26i0.16892

Palavras-chave:

Transições para a sustentabilidade, Sistemas agri-alimentares territoriais, Rio de Janeiro, Território, Ecologia de projetos

Resumo

Este artigo busca analisar, sob uma perspectiva diacrônica, um conjunto diversificado de iniciativas de ambientalização/ecologização da agricultura e do sistema agroalimentar, contextualizadas na Região Serrana do Rio de Janeiro, particularmente nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo. As reflexões aqui apresentadas buscam dialogar com um emergente campo de estudos, de caráter interdisciplinar, que toma como objeto de investigação os processos de transição para a sustentabilidade. A pesquisa busca integrar uma abordagem de natureza sistêmica ao estudo das práticas e das experiências dos atores sociais, incorporando, também, contribuições advindas da geografia crítica brasileira e da sociologia francesa. O trabalho teve por base um conjunto diversificado de metodologias, incluindo análise documental, entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os resultados alcançados colocam em evidência os efeitos gerados por um conjunto diversificado de contenções territoriais, que impõem limites à incorporação de princípios de sustentabilidade ao sistema agri-alimentar em nível territorial. Chamam atenção, ao mesmo tempo, para a capacidade de agência demonstrada pelos atores sociais na construção de projetos coletivos e individuais, possibilitando a emergência, ao longo do tempo, de um campo compartilhado de relações, quadros interpretativos e controvérsias, descrito pela pesquisa como uma ecologia de projetos.

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Biografia do Autor

Juliano Luís Palm, Pesquisador do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz). Doutor em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ).

Doutor em Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ). Pesquisador do Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde (Neepes/ENSP/Fiocruz)

Claudia Job Schmitt, Professora Associada do Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ).

Doutora em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Estágio de Doutorado no Exterior (Doutorado Sanduíche) realizado no Programa de Estudos Ambientais da Universidade da Califórnia, UC-Santa Cruz, Califórnia, Estados Unidos.

Claire Lamine, Diretora de pesquisa em sociologia do l’Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement – INRAE - Unidade Ecodéveloppement.

Doutora em Sociologia pela École des Hautes Études em Science Sociales (EHESS). Diretora de pesquisa em sociologia do l’Institut National de Recherche pour l’Agriculture, l’Alimentation et l’Environnement – INRAE - Unidade Ecodéveloppement.

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Publicado

2021-12-23

Como Citar

Palm, J. L., Schmitt, C. J., & Lamine, C. (2021). Uma leitura territorialmente situada dos processos de transição agroecológica: ecologia de projetos na Região Serrana Fluminense. Redes, 26. https://doi.org/10.17058/redes.v26i0.16892

Edição

Seção

Territórios e transições para a sustentabilidade