Escalaridade e periferia. Uma reconstrução conceitual do ponto de vista histórico-estrutural
DOI:
https://doi.org/10.17058/redes.v27i1.17156Palavras-chave:
Estado, Relacionalidade, Espacialidade, Dependência, ModernizaçãoResumo
A coexistência de relações sociais que se definem em diferentes escalas territoriais e a estruturação assimétrica do espaço mundial, com posições centrais e periféricas, constituem duas dimensões centrais da estruturação espacial dos sistemas socioeconômicos. Embora esses dois momentos tenham sido amplamente estudados, suas conexões internas são uma área relativamente menos explorada. Nesse quadro, o trabalho visa explorar as relações intrínsecas entre esses momentos, construindo uma interpretação de cunho histórico-estrutural. Para atingir este objetivo, são avaliadas as principais contribuições que incidiram na especificidade de cada momento, mobilizando diferentes teorias sobre a relação entre a sociedade e o espaço. Em primeiro lugar, analisa-se o desenvolvimento teórico da questão escalar, mostrando como a virada relacional constituiu a aposta teórica chave da articulação entre a unidade mundial do processo de acumulação de capital e sua estruturação espacial em múltiplas escalas. Em segundo lugar, as limitações que esta opção enfrenta são sintetizadas observando a contingência como base de sua apreensão conceitual. Terceiro, adotou-se um critério simétrico para estudar as teorias da dependência e do estruturalismo latino-americano, mostrando como, particularmente neste último caso, potencialidades teóricas se aninham para sintetizar a escalaridade e a estruturação espacial assimétrica dos sistemas socioeconômicos. O trabalho conclui, observando que este último depende do retorno à especificidade histórico-estrutural da modernização periférica, considerando as formas específicas de articulação da territorialidade e das relações capitalistas de produção.