Contribuições da Concepção Instintiva da Linguagem inerente à Biolinguística e à Linguistica Evolucionária para as pesquisas da Psicolinguística

Autores

  • Pablo Silva de Almeida Machel-Nabot Universidade Federal da Paraíba - UFPB

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v43i77.11632

Palavras-chave:

Biolinguística, Psicolinguística, Linguística Evolutiva, Teoria Instintiva da Linguagem e Seleção Natural, Contribuições da Teoria Instintiva da Linguagem para a Psicolinguística.

Resumo

Este artigo discute como a teoria instintiva da linguagem postulada por Pinker (2002), sob os preceitos da Biolinguística (MEADER & MUYSKENS, 1950/1962) e da Linguística Evolutiva que se embasa na Teoria Evolucionista da Seleção Natural (Darwin 1859/2003), pode contribuir para o desenvolvimento teórico-metodológico da Psicolinguística (OSGOOD & SEBEOK, 1954) quanto às suas inquirições acadêmico-científicas e como pode, outrossim, favorecer – em menor extensão ou alcance hoje, porém com maior capacidade de abrangência futuramente – na inventariação e descrição dos fenômenos psicolinguísticos subjacentes à atividade cognitiva, assim como no que concerne à explicação pormenorizada dos princípios cognitivos inerentes ao exercício da faculdade da linguagem por meio da comunicação linguística desempenhada pelos seres humanos através de sólido embasamento biológico e orgânico. Para Tanto, contemplar-se-á, inicialmente, uma análise histórica e uma caracterização de duas importantes áreas especializadas da Linguística intimamente harmonizadas com a vertente gerativista ou Linguística Ge(ne)rativa (CHOMSKY, 1955/1975, 1957): a Psicolinguística (OSGOOD & SEBEOK, 1954) e a Biolinguística (MEADER & MUYSKENS, 1950/1962) para que possa então haver, na sequência, a discussão de como a teoria instintiva da linguagem é capaz de subsidiar o desenvolvimento da seara psicolinguística. Em suma, averiguar-se-á o potencial que esses campos interdisciplinares à Psicolinguística possuem para permitir uma teoria de aquisição da linguagem e do processamento que tenha suas diretrizes e princípios definidores respaldados nos fatores os quais possibilitaram o nascimento e evolução da linguagem até hoje e nas bases biológicas que, outrora, viabilizaram e que continuam viabilizando esse processo ao longo do tempo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Pablo Silva de Almeida Machel-Nabot, Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Graduado em Letras - Licenciatura Plena em Língua Vernácula e Inglesa pela UFPB em 2012 e titulado Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-graduação em Linguística (PROLING) da UFPB em 2016. A Pesquisa de minha dissertação de mestrado insere-se na área de Teoria e Análise Linguística, no domínio da Psicolinguística e na subárea da Psicolinguística Experimental e do Processamento Linguístico, assim como a do meu projeto de doutorado. Atualmente sou pesquisador e membro integrante do LAPROL (Laboratório de Processamento Linguístico), ligado ao Proling e ao CCHLA (Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes), o qual é sediado na UFPB; além do que sou também membro partícipe do GEPROL (Grupo de Estudos em Processamento Linguístico) que é vinculado ao Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPQ e igualmente estabelecido na UFPB, estando sob a coordenação do Prof. Dr. Márcio Martins Leitão e vice-coordenação do Prof. Dr. José Ferrari Neto no que concerne à condução de minhas atividades de pesquisa laboratoriais. No presente momento também estou participando da seleção para ingresso no doutorado em Linguística da Unicamp ao passo que desenvolvo minhas pesquisas e atividades laboratoriais junto ao Laprol e Geprol.

Referências

BLOOMFIELD, Leonard. Language history: from Language (1933). New York: Holt, Rinehart and Winston, 1965.

BOECKX, Cedric; GROHMANN, Kleanthes K. The biolinguistics manifesto. Biolinguistics, Nicosia, v. 1, p. 1-8, 2007.

SCLIAR-CABRAL, Leonor. Introdução à psicolingüística. São Paulo: Ática, 1991.

CÂMARA JR., Joaquim Mattoso. História da linguística. 7. ed. Trad. Maria do Amparo Barbosa de Azevedo. Petrópolis: Vozes, 2011.

CEZARIO, Maria Maura; MARTELOTTA, Mário Eduardo. Aquisição da linguagem. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 207-216.

______; VOTRE, Sebastião. Sociolinguística. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 141-155.

CHOMSKY, Noam. Approaching UG from below. In: SAUERLAND, Uli; GÄRTNER, Hans-Martin (Eds.). Interfaces + recursion = language? Chomsky’s minimalism and the view from syntax-semantics. Berlim: Mouton de Gruyter, 2007a. p. 1-30.

______. Of minds and language. Biolinguistics, Nicosia, v. 1, p. 9-27, 2007b.

______. Three factors in language design. Linguistic inquiry, Cambridge: MA, v. 36, n. 1, p. 1-22, 2005.

______. Syntactic structures (1957). 2nd ed. Berlim: Walter de Gruyter, 2002.

______. Knowledge of language: Its nature, origin, and use. Westport: Praeger, 1986.

______. Logical structure of linguistic theory (LSLT) (1955). Ms. Parts of 1956 revision published in New York and London: Plenum Press, 1975; Chicago: University of Chicago Press, 1985.

______. Aspects of the theory of syntax. Cambridge, MA: MIT Press, 1965.

CORRÊA, Letícia Maria Sicuro. Possíveis diálogos entre Teoria Lingüística e Psicolingüística: questões de processamento, aquisição e do déficit específico da linguagem. In: MIRANDA, Neusa Salim; NAME, Maria Cristina Lobo (Orgs.). Lingüística e Cognição. Juiz de Fora: Editora da UFJF, 2005. p. 221-244.

COSTA, Marcos Antonio. Estruturalismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 113-126.

DARWIN, Charles. A origem das espécies (1859). Porto: Lello & Irmão, 2003.

DI SCIULLO, Anna Maria et. al. The biological nature of human language. Biolinguistics, Nicosia, v. 4, n. 1, p. 4-34, 2010.

FERRARI-NETO, José; SILVA, Cláudia Roberta Tavares (Orgs.). Programa Minimalista em foco: princípios e debates. Curitiba, PR: CRV, 2012.

FURTADO DA CUNHA, Angélica. Funcionalismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 157-176.

______; COSTA, Marcos Antonio; MARTELOTTA, Mário Eduardo. Linguística. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 15-29.

HARLEY, Trevor A. The psychology of language: from data to theory. 3rd ed. Hove: Psychology Press, 2008.

JENKINS, Lyle. Exploring the Biology of Language. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

KENEDY, Eduardo. Gerativismo. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 127-140.

LEITÃO, Márcio Martins. Psicolinguística experimental: focalizando o processamento da linguagem. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 217-234.

LENNEBERG, Eric H.; CHOMSKY, Noam; MARX, Otto. Biological foundations of language. New York: Wiley, 1967.

LEWONTIN, Richard Charles. A tripla hélice: gene, organismo e ambiente. Trad. J. Viegas Filho. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

LONGA, Víctor M. Genes, lenguaje e innatismo: algunas precisiones. Letras, Lima, v. 84, n. 119, p. 99-122, 2014.

MAIA, Marcus (Org.). Psicolinguística, psicolinguísticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2015.

MARTELOTTA, Mário Eduardo. Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012.

______. Conceitos de gramática. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 43-70.

______; PALOMANES, Roza. Linguística cognitiva. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 177-192.

MATOS, Francisco Gomes de. Introdução à (Bio)linguística: linguagem e mente. DELTA: Documentação de Estudos em Lingüística Teórica e Aplicada, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 169-173, 2011.

MEADER, Clarence L.; MUYSKENS, John H. Handbook of biolinguistics (1950). Toledo: Herbert C. Weller, 1962.

OLIVEIRA, Mariangela Rios de. Linguística textual. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 193-204.

______; WILSON, Victoria. Linguística e ensino. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo (Org.). Manual de linguística. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 235-242.

OSGOOD, Charles E.; SEBEOK, Thomas A. Psycholinguistics: a survey of theory and research problems. The Journal of Abnormal and Social Psychology, Washington: DC, v. 49, n. 4, p 1-203, 1954.

______; ______ (Eds.). Psycholinguistics: A survey of theory and research problems. 2 ed. Bloomington: Indiana University Press, 1965a.

______; ______ (Eds.). Psycholinguistics: A survey of theory and research problems with a survey of psycholinguistic research, 1954-1964, by A. Richard Diebold and the psycholinguists, by George A. Miller. Bloomington: Indiana University Press, 1965b.

PINKER, Steven. O instinto da linguagem: como a mente cria a linguagem. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

______; BLOOM, Paul. Natural language and natural selection. Behavioral and brain sciences, New York, v. 13, n. 4, p. 707-727, 1990.

RATTOVA, Sidriana Scheffer. A recursividade no sistema sintático subjacente à faculdade da linguagem. 2014. 81 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.

ROSA, Maria Carlota. Introdução à (bio)linguística: linguagem e mente. São Paulo: Contexto, 2013.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de linguística geral (1916). 27. ed. São Paulo: Cultrix, 2006.

TINBERGEN, Niko. On aims and methods of ethology (1963). (Reprinted from Zeitschrift fur Tierpsychologie, vol. 20, pg. 410, 1963), Animal Biology, Leiden, v. 55, n. 4, p. 297-321, 2005.

MILLER, George A. Language and communication. New York: McGraw-Hill, 1951.

______; CHOMSKY, Noam. Finitary models of language users. In: LUCE, Robert Duncan; BUSH, Robert R.; GALANTER, Eugene. (Eds.). In: Handbook of Mathematical Psychology. New York: Wiley, 1963. v. 1.

______; SELFRIDGE, Jennifer A. Verbal context and the recall of meaningful material. The American Journal of Psychology, Champaign, v. 63, n. 2, p. 176 185, 1950.

Downloads

Publicado

2018-05-02

Como Citar

Machel-Nabot, P. S. de A. (2018). Contribuições da Concepção Instintiva da Linguagem inerente à Biolinguística e à Linguistica Evolucionária para as pesquisas da Psicolinguística. Signo, 43(77), 160-183. https://doi.org/10.17058/signo.v43i77.11632

Edição

Seção

Processamento e aprendizagem de leitura e de escrita