Efeitos da política brasileira de inclusão na educação linguística de uma criança surda na escola de Educação Infantil
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v48i93.18657Palavras-chave:
Criança surda, Educação linguística, Educação infantil, Ambiente linguístico, Política de inclusãoResumo
Neste artigo, objetiva-se discutir sobre possíveis efeitos da política brasileira de inclusão na educação linguística de uma criança surda. Para tanto, com base na perspectiva teórica de autores do campo dos Estudos Surdos e das Políticas Linguísticas, desenvolveu-se um estudo de caso a partir da observação de interações de uma criança surda matriculada em uma escola pública de Educação Infantil localizada na região sudeste do Brasil. Com base na análise das observações em sala de aula registradas em vídeo e em anotações em diário de campo, foi possível evidenciar esforços e percalços para a implementação de uma educação bilíngue em que os papéis desempenhados pela língua brasileira de sinais (Libras) e pela língua portuguesa (falada pela maioria dos participantes na sala de aula) ainda não estão bem definidos. Além disso, identifica-se que a criança surda observada possui um acesso restrito às duas línguas envolvidas em sua formação humana. Conclui-se que, em busca de viabilizar a inclusão, a educação bilíngue de surdos no Brasil carece de direcionamentos mais precisos e de capacitação linguístico-pedagógica dos recursos humanos, incluindo familiares, para a promoção de um ambiente linguístico profícuo ao desenvolvimento integral de crianças surdas.
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