Melhor é para frente: conflitos cognitivos nas nossas noções de evolução

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.17058/signo.v48i91.17856

Palabras clave:

Metáfora, Conflito de frames, Evolução

Resumen

Este estudo tem o objetivo de investigar, de um lado, os componentes conceptuais nas bases de diferentes concepções de evolução relativas a territórios discursivos diversos e, de outro, eventuais pontos de incompatibilidade entre esses componentes. Ancorado nos conceitos de metáfora (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]) e de conflito cognitivo (REDDY, 2000 [1979]), procede-se à identificação de expressões metafóricas (STEEN et al., 2010), bem como das respectivas metáforas conceptuais (STEEN, 2011), em dois corpora: um corpus informado, composto pelas entradas “lamarquismo” e “darwinismo” na enciclopédia livre Wikipédia (2022); e um corpus espontâneo, que conta com quinhentas ocorrências do termo “evolução” e de formas derivadas na página do Corpus do Português (DAVIES, 2016) na internet. Os principais resultados mostram que as metáforas PROCESSO É TRAJETÓRIA e MODIFICAÇÃO É DESLOCAMENTO, que conceptualizam, respectivamente a evolução em termos de uma viagem e alterações no meio em termos de desvios na jornada ‒, são pontos de consonância tanto entre as duas explicações científicas abordadas no estudo quanto entre essas teorias e os usos espontâneos do termo “evolução”. O mesmo não se verifica no caso do mapeamento PROPÓSITO É DESTINO, segundo o qual os objetivos das alterações ao longo da evolução seriam entendidos como sendo o local de chegada da viagem. Enquanto se mostra coerente com tanto a visão lamarquiana quanto os usos espontâneos de “evolução”, essa metáfora gera conflito com os componentes conceptuais que sustentam o darwinismo, explicação mais rigorosamente aceita entre comunidades científicas e acadêmicas hoje.

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Publicado

2023-02-27

Cómo citar

Dienstbach, D. (2023). Melhor é para frente: conflitos cognitivos nas nossas noções de evolução. Signo, 48(91), 126-139. https://doi.org/10.17058/signo.v48i91.17856

Número

Sección

La metáfora en la ciencia: entre cognición y discurso