Reflexões sobre um processo de tradução: história, teatro e pintura em uma obra de Rafael Alberti
DOI :
https://doi.org/10.17058/signo.v46i87.16665Mots-clés :
Noche de Guerra en el Museo del Prado, Rafael Alberti, Tradução Crítica, Tradução de teatro, Interartes.Résumé
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o processo de tradução crítica que realizamos da obra teatral Noche de Guerra en el Museo de Prado (1956), do escritor espanhol Rafael Alberti (1902-1999), a primeira realizada em língua portuguesa, conforme temos notícia. Essa peça, que se situa temporalmente no momento da Guerra Civil Espanhola, é construída a partir de uma relação interartes que faz dela original e inovadora, o que motivou o interesse por sua tradução e difusão entre os leitores brasileiros. Neste artigo, discutimos a natureza do texto teatral e a problemática que envolve traduzir o texto dramático, especialmente no caso de uma obra que dialoga com outras artes. A partir de nossa experiência de tradução, destacamos o interesse em estabelecer uma tradução que considerasse o público brasileiro e que permitisse uma aproximação com uma história e cultura com as quais, talvez, não tivesse intimidade. Buscamos discutir e apresentar, assim, as dificuldades que foram encontradas ao traduzir uma obra cuja finalidade deixa de ser apenas a representação cênica, mas também a construção de um discurso interartes.Téléchargements
Références
ALBERTI, Rafael. Noche de Guerra en el Museo de Prado (Águafuerte, en un prólogo y un acto). Buenos Aires: Losange, 1956.
ARAÚJO, Ana Ribeiro Grossi; LEANDRO, Maria Clara Xavier; BARBOSA, Tereza Virginia Ribeiro. As dificuldades de traduzir para teatro: o prólogo das Eumênides de Ésquilo. Cadernos de Tradução, Universidade Federal de Minas Gerais, v. 2, ed. 20, p. 101-124, 2007.
BASSNETT, Susan. Translating for the Theatre: The case against Performability. TTR: traduction, terminologie, rédaction, [s. l.], v. 4, n. 1, p. 99-111, 1991. DOI 10.7202/037084ar. Disponível em: http://id.erudit.org/iderudit/037084ar. Acesso em: 12 maio 2021.
BUADES JUAN, Josep Maria. Raízes espanholas da Guerra Civil. In: MEIHY, José Carlos Sebe Bom (org.). Guerra Civil Espanhola: 70 anos depois. São Paulo: EDUSP, 2011. p. 81-94.
BORGES, Jorge Luis. (1926/1997): Las dos maneras de traducir. In: Textos recobrados. Buenos Aires: Emecé, 1997.
CARVALHAL, Tania Franco. Intertextualidade: a migração de um conceito. Via Atlântica, número 9, jun. 2006, p. 125-136. Disponível em: <<http://www.revistas.usp.br/viaatlantica/article/view/50046/54174>> Acesso em: 04 maio 2021.
CARVALHO, Mayra Moreyra. Transcendente e histórica: a poesia de Rafael Alberti escrita durante a Guerra Civil Espanhola. Caracol, n. 11, p. 134-175, 2016. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/caracol/article/view/118333. Acesso em: 04 maio 2021.
CASANOVA, Julián; GIL ANDRÉS, Carlos. Breve historia de España en el siglo XX. Barcelona: Editorial Planeta, 2012.
CERIGIOLI, Marcelo Maciel. Rafael Alberti: Leituras do Museu do Prado. Dissertação de Mestrado. São Paulo, FFLCH/USP, 2001. Disponível em: Acesso em: 04 maio 2021.
CORRALES, Eloy Martín. La lucha por los escenarios y el público catalán: el arraigo popular del flamenco y de los toros frente a la oposición de la burguesía industrial y el catalanismo. In: STEINGRESS, Gerhard; BALTNÁS, Enrique. Flamenco y Nacionalismo: Aportaciones para una Sociología Política del Flamenco, Universidad de Sevilla, 1995, p. 247-266.
MAGALDI, Sábato. Iniciação ao Teatro. São Paulo: Editora Ática S.A., 1994.
MOHALLEM, Meire de Lima; OLIVEIRA, Katia Aparecida da Silva. História, poesia e pintura em Las 4 Estaciones de Rafael Alberti. Anuario Brasileño de Estudios Hispánicos, ano 2017, v. XXVII, p. 90-101.
NEWMARK, Peter. Manual de Traducción. Madrid: Ediciones Cátedra, 2010.
REIS, Guilherme Assis dos. Tradução Crítica de Noite de Guerra no Museu do Prado. Trabalho de Iniciação Científica. Universidade Federal de Alfenas, 2019. 69 p.
RYNGAERT, Jean-Pierre. Introdução à análise do teatro. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
ROSENFELD, Anatol. O teatro épico. São Paulo: Perspectiva, 2008.
PASCOLATI, Sônia. Operadores de Leitura do Texto Dramático. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (org.). Teoria Literária: Abordagens históricas e tendências contemporâneas. Maringá: Eduem, 2019. p. 85-105.
OTTONI, Paulo. Tradução a prática da diferença. Campinas: ed. UNICAMP, 2005.
PEREIRA, Victor Hugo Adler. Tradução teatral: o Mercado, o Fetiche e a rebeldia na Cultura. In: BERNARDO, Gustavo (org.). As Margens da Tradução. Rio de Janeiro: Editora Caetés, 2002, v. 1, 96-116.
ZURBACH, Christine. A tradução de teatro (também) é literária. In: MONIZ, Maria Lin; GIL, Isabel; LOPES, Alexandra (Orgs.). Era uma vez a tradução. Lisboa: Universidade Católica Editora, ano 2021, p. 84-93. Disponível em: https://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/29306. Acesso em: 12 maio 2021.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Declaro(amos) que o artigo submetido é pessoal, inédito, não representando reprodução, ainda que parcial, de obras de terceiros, assumindo a responsabilidade por todas as colocações e conceitos emitidos, bem como também autorizo(amos) sua publicação pela revista Signo, Universidade de Santa Cruz do Sul. Declaro(amos) exonerar a APESC/UNISC de todas e quaisquer responsabilidades, e indenizá-la por perdas e danos que venha a sofrer em caso de contestação (da originalidade e dos conceitos e ideias); Declaro(amos), caso o artigo seja aceito e publicado pela revista Signo, a cedência e transferência de forma definitiva e perpétua, irrevogável e irretratável, para a APESC, dos seus direitos autorais patrimoniais referentes ao artigo denominado nesta declaração, para utilização da APESC em finalidade educacional. Concordo(amos) e estou(amos) ciente(s) de que a publicação eletrônica é de livre acesso, regida com uma Licença Os autores que publicam na Signo retêm os direitos autorais de seu trabalho, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. A Signo é propriedade da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul e hospeda na plataforma Open Journal System. Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.