Memórias e Ancestralidade no Diário de Bitita Memories and Ancestry in Bitita's Diary
DOI :
https://doi.org/10.17058/signo.v49i95.19102Mots-clés :
Carolina Maria de Jesus, Memória, AncestralidadeRésumé
O objetivo deste artigo é analisar a obra de Carolina Maria de Jesus (1986) através de uma análise critico-social e bibliográfica no livro Diário de Bitita, que é uma continuação do conhecido livro Quarto de Despejo, ambos os livros são autobiográficos, pois contam desde a infância da autora até sua vida adulta. O trabalho busca uma discussão a respeito da perspectiva da memória e da ancestralidade na obra, posto que a narrativa, inicialmente, trata-se de uma autobiografia de Carolina Maria de Jesus, em que apresenta relatos de sua vida e denúncias da desigualdade social e econômica. Para tanto, utilizaremos, para pensamos sobre a memória, os estudos de Evaristo (2008); Halbwachs (1990); Izquierdo (2018); Pollak (1992) e Ribeiro (2010). Trazemos ao debate sobre a questão da ancestralidade as discussões de teóricos como Matheus Gato (2020); Leda Martins (2021) e Oliveira (2007) e sobre a biografia da autora Farias (2017), entre outros teóricos. Portanto, as temáticas, memória e ancestralidade, acerca da comunidade afro-brasileira, são alguns dos elementos discursivos que caracterizam a riqueza da obra, permitindo ao leitor estabelecer um olhar crítico sobre a narrativa autobiográfica de Carolina Maria de Jesus.
Palavras-Chave: Carolina Maria de Jesus; Memória; Ancestralidade.
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