Josef K. e o homem do campo diante da lei: Orson Welles recria O processo, de Franz Kafka
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v50i97.20057Palavras-chave:
recriação fílmica, Diante da lei, cinema, literatura, O processoResumo
Em 1962, Orson Welles leva à tela cinematográfica o romance O processo, de Franz Kafka. De título homônimo, esta recriação fílmica propõe algumas reconfigurações e deslocamentos que reforçam e mimetizam a complexidade interpretativa do romance kafkiano. Um dos deslocamentos que mais chama atenção é referente à leitura da parábola “Diante da lei” (“Vor dem Gesetz”) no prólogo do filme, que, no romance, integra-se ao “Capítulo nono - Na catedral”. Esta escolha de antecipar a leitura da parábola para o início da película não parece ser meramente fortuita na medida em que o prólogo é justamente o texto responsável por sintetizar, para o leitor/espectador, o universo da história. Desse modo, este estudo pretende enfatizar as operações transformadoras que o filme The trial (1962), dirigido por Orson Welles, realiza no romance Der process (1925), de Franz Kafka, especificamente no que concerne ao uso e à interpretação da parábola “Diante da lei”.
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