Da leitura à dele(i)tura: apagamento e temporalidade na literatura digital
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v43i76.9896Palavras-chave:
Apagamento. Literatura digital. Temporalidades.Resumo
Operações textuais de apagamento foram largamente empregadas na literatura impressa de vanguarda nos séculos XX e XXI, provocando reflexões críticas acerca dos processos de significação emergentes da dialética de impressão e supressão de signos gráficos sobre uma página. Na maioria dessas obras, o leitor modelo foi concebido como uma entidade discursiva posterior ao tempo da enunciação em que se daria o apagamento da materialidade discursiva, cabendo-lhe, portanto, apenas a leitura do produto já apagado, cortado ou rasurado. Por sua vez, graças a recursos de interatividade, algumas obras da literatura digital ensejam novas temporalidades na dinâmica de apagamento-escritura, especialmente instanciando o leitor como contemporâneo a (e responsável por) essas operações que alteram o corpo do texto. Dado o exposto, procede-se neste artigo a uma análise de duas obras de literatura digital – Petite brosse à dépoussiérer la fiction, de Philippe Bootz (2005), e Degenerative, de Eugenio Tisselli (2005) – à luz de pressupostos teóricos do pós-estruturalismo francês acerca da relação entre escrita e apagamento. Indaga-se, nessa perspectiva, como diferentes operações de deleção, no âmbito da literatura digital, criam uma dobra topológica na qual o leitor retorna sempre ao presente – ou a um presente – do delito contra o texto, ensejando um apagamento que paradoxalmente destrói a textualidade, mas constrói a leitura.Downloads
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