A RELAÇÃO DO FERRO NA DIETA E NO SANGUE COM OS NÍVEIS DE DANO NO DNA EM PACIENTES PRÉ-DIABÉTICOS

CAROLINE DOS SANTOS, CAMILA SCHREINER , KARINI DA ROSA, PATRÍCIA MOLZ, SILVIA ISABEL RECH FRANKE, DANIEL PRA

Resumo


O diabetes melitus (DM) é uma doença caracterizada pela deficiência de insulina, ou em sua ação, ou em ambos os casos, provocando alterações no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios. O ferro está cada vez mais sendo apontado como cofator do desenvolvimento do diabetes. Há evidência de correlação positiva entre estoques corporais de desenvolvimento de intolerancia à glicose no diabetes tipo 2 e no diabetes gestacional. Em vista disto, teve-se por objetivo avaliar a relação do Ferro na dieta e no sangue com os níveis de dano no DNA em pacientes pré-diabéticos. Foram analisados individuos pré-diabéticos com idade entre 20 e 59 anos. A ingestão de Ferro na dieta foi mensurada com uso do programa DietWin (Porto Alegre). Para quantificar o Ferro no sangue utilizou-se a técnica Particle Induced X-Ray Emission (PIXE). A glicemia e o nível de hemoglobina glicada foram avaliados por determinações bioquímicas. Os níveis de dano no DNA foram determinados pelo ensaio cometa e teste de citoma de micronúcleos em linfócitos binucleados. Os dados encontrados foram avaliados no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 20.0. Foram encontradas correlação negativa fraca entre a ingestão de ferro com os níveis de dano primário ao DNA avaliados pelo ensaio cometa, tanto para o índice de dano (r=-0,291 p=0,035) e como para a frequência de dano (r=-0,349 e p=0,011). Observou-se correlação negativa entre a ingestão de ferro e o número de células necróticas (r=-0,402 e p=0,013) e celulas apoptóticas (r=-0,0388 e p=0,013). Estes resultados indicam que estoques moderados de ferro são benéficos à saúde. Por outro lado, a suplementação de ferro na dieta apontou correlação positiva fraca com o índice de dano (r=0,073 e p=0,595), células necróticas (r=,0143 e p=0,380) e células apoptóticas (r=,007 e p=0,967). Estes resultados demonstram que a sobrecarga de ferro pode ser tóxica, devido à sua capacidade de gerar espécies reativas de oxigênio (EROs). Estoques moderadamente elevados de ferro podem ser motivo de preocupação para pacientes pré-diabéticos, já que a sobrecarga de ferro potencializa a formação de especies reativas de oxigênio, danificando estruturas celulares e agravando complicações de doenças crônicas. Níveis moderadamente aumentados de ferro no corpo estão associados a níveis aumentados de Diabetes Mellitus e suas complicações. Estudos mais aprofundados avaliando a ingestão e o estoque de ferro devem ser empregados para uma melhor comprensão da ação do ferro sobre a instabilidade genômica.


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