PLASTICIDADE DA APRENDIZAGEM DE HABROBRACON HEBETOR (SAY, 1836) (HYMENOPTERA: BRACONIDAE) ASSOCIADA A VOLÁTEIS DO HOSPEDEIRO
Resumo
O comportamento de busca e parasitismo pode ser inato, ou seja, um comportamento herdado geneticamente em resposta aos estímulos que foram experimentados previamente, ou podem desenvolver padrões a ser aprendidos, como consequência da experiência. Muitos estudos vem demostrado que certas espécies de parasitoides são capazes de aprender e melhorar as respostas frente aos estímulos a quais são submetidos na fase adulta ou durante o desenvolvimento, gerando assim um aprendizado. Habrobracon hebetor (Say, 1836) (Hymenoptera: Braconidae) é um dos parasitoides mais estudados para controle biológico de traças no mundo. Contudo pouco se sabe sobre a capacidade de aprendizagem deste braconídeo na busca pelo hospedeiro Ephestia kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae). Neste contexto, objetivou-se avaliar a influência do parasitismo prévio no comportamento quimiotáxico de fêmeas de H. hebetor em resposta à presença do hospedeiro e diferentes tipos e classes de tabaco. As respostas quimiotáxicas de H. hebetor com idade entre 2-4 dias, com e sem experiência prévia de parasitismo foram observadas em olfatômetro tipo Y. Foram avaliados os odores de tabaco seco Virgínia com alta e baixa concentração de nicotina e tabaco Burley e larvas de E. kuehniella. Os tabacos foram peneirados e congelados antes de iniciar os bioensaios para eliminar qualquer inseto que pudesse influenciar no comportamento dos parasitoides. Como controle foi utilizado apenas ar sem odores. Em cada extremidade dos braços do olfatômetro foi adicionado um tratamento, comparando-os entre si. Foram contabilizadas 40 repetições responsivas para cada tratamento. Os percentuais de respostas foram comparados pelo teste de Qui-quadrado (p<0,05). Fêmeas sem experiência prévia de parasitismo foram responsivas tanto para o lado contendo larvas do hospedeiro, quanto para os diferentes tipos e classes de tabaco, não diferindo na maioria dos tratamentos. Por outro lado, fêmeas de H. hebetor com experiência de parasitsmo, apresentaram maior atratividade às larvas hospedeiras, quando comparadas aos tabacos. Quando o substrato tabaco tipo Virgínia com menos nicotina foi contrastado com as larvas, entretanto, não houve diferença na escolha. Registrou-se que nas fêmeas de H. hebetor com experiência de parasitismo, o número médio de indivíduos não responsivos foi significativamente menor do que no grupo de fêmeas sem experiência. A partir disso, podemos concluir que fêmeas de H. hebetor respondem positivamente aos odores dos produtos alimentares de seu hospedeiro, bem como dos voláteis emitidos pelo próprio. Além disso, por meio da experiência prévia, o parasitoide foi capaz de desenvolver a aprendizagem associativa, aumentando a eficiência na busca hospedeira.
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