INFLUÊNCIA DA RAZÃO SEXUAL E IDADE DOS MACHOS DE HABROBRACON HEBETOR (HYMENOPTERA: BRACONIDAE) NA PROGÊNIE

Helena Jordan, Alex Lima Zanotelli, Cleder Pezzini, Andreas Köhler

Resumo


Dentre as espécies que têm potencial como agentes de biocontrole de traças que acometem produtos armazenados cita-se o ectoparasitoide larval Habrobracon hebetor (Say, 1836) (Hymenoptera: Braconidae), com distribuição cosmopolita, tem como hospedeiro larvas de várias espécies de piralídeos que estão presentes em ambientes de pós-colheita, entre elas Ephestia kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera: Pyralidae). O conhecimento de características da reprodução dos parasitoides, como o potencial biótico dos machos, é importante para compreender o mecanismo de crescimento populacional de uma espécie. Informações desta natureza subsidiam estudos para a aplicação de estratégias de manejo e controle biológico utilizando esses agentes. Portanto, este trabalho teve como objetivo comparar o potencial biótico de machos de H. hebetor pareados com uma ou mais fêmeas diariamente durante a vida e aferir a progênie de parasitoides em diferentes razões sexuais. Machos de H. hebetor foram pareados diariamente com uma ou sete fêmeas de até um dia de idade por 24 horas até a sua morte. Após este período, as fêmeas foram retiradas e confinadas separadamente em outro recipiente, contento dez larvas de último ínstar de E. kuehniella destinadas ao parasitismo, durante seis dias. No outro bioensaio, diferentes proporções de machos e fêmeas de H. hebetor foram pareados e acondicionados em placas contendo dez larvas de último ínstar de E. kuehniella durante seis dias. Foram avaliadas as seguintes proporções (1 fêmea para 0 macho; 7 fêmeas para 1 macho; 3 fêmeas para 1 macho; 1 fêmea para 1 macho; 1 fêmea para 3 machos e 1 fêmea para 7 machos) perfazendo seis tratamentos. Os recipientes com as larvas parasitadas para ambos os experimentos ficaram armazenadas em câmara climatizada (28±2°C, 50±20% UR e fosfatase de 14 horas), para verificar a razão sexual da progênie. Foram contabilizadas 20 repetições para cada bioensaio. A razão sexual foi calculada conforme a fórmula: número de fêmeas / (número de machos + número de fêmeas). Machos de H. hebetor ao longo de sua vida, quando pareados com uma fêmea diariamente, geraram uma progênie com razão sexual para fêmeas menor no primeiro dia de idade (0,53±0,42), já nos demais mantiveram constante a proporção de fêmeas (0,69–0,77). Machos pareados com sete fêmeas diariamente expressam seu máximo potencial reprodutivo no primeiro dia, originando uma prole de fêmeas de 58%. Nos dias seguintes houve um decrescimento, gerando mais machos que fêmeas. Nos primeiros dois dias de idade dos machos, mais de 70% das sete fêmeas pareadas diariamente foram fecundadas, diferindo dos demais dias, no qual foram fecundaras em média 50%. Machos pareados diariamente com sete fêmeas foram menos longevos (3,7±0,26 dias) quando comparados com apenas uma fêmea por dia (5,3±0,21 dias). Adultos de H. hebetor pareados nas diferentes razões sexuais não geraram um prole com razão sexual diferente, sendo desviada para fêmeas (0,64–0,74). A exceção ocorre para o tratamento com somente fêmeas, no qual a prole gerada foi formada apenas por machos. Os resultados indicam que o potencial biótico dos machos de H. hebetor se mantém constante e o mesmo é incrementado quando aumenta a disponibilidade de fêmeas virgens e novas ao longo de sua vida. Sendo assim, a idade e status de cópula do macho, parecem não serem limitantes do crescimento populacional desta espécie.

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