STEWARDSHIP ANTIMICROBIAL: ANÁLISE DA PREVALÊNCIA EM CINCO UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA DO RIO GRANDE DO SUL

Eduardo Signor Basso, Eduarda Stopiglia Roth, Bárbara Spall, Rochele Mosmann Menezes, Marcelo Carneiro

Resumo


A prescrição excessiva e incorreta de antimicrobianos contribuem, indubitavelmente, para o aumento da resistência antimicrobiana com o surgimento e disseminação de cepas resistentes em hospitais, especialmente, em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Estima-se que entre 20% e 50% das terapêuticas são inapropriadas ou totalmente desnecessárias. A prescrição muitas vezes está baseada em terapia empírica e superdiagnóstico devido a gravidade dos doentes atendidos em tais unidades. Por outro lado, no ambiente hospitalar pacientes com infecções bacterianas graves o tempo de início da terapia é um dos principais determinantes do desfecho, sendo iniciado de maneira empírica, pois cada hora de atraso está relacionado ao aumento da mortalidade. O Stewardship Antimicrobial é melhor traduzido como um programa de gerenciamento de otimização para antimicrobianos. A meta é monitorar, otimizar e reduzir o uso de tais medicamentos. O objetivo da pesquisa é verificar a prevalência do uso de antimicrobianos em 5 UTIs adulto do Rio Grande do Sul.  Este estudo é prospectivo, multicêntrico, realizado através da análise de prescrição médica de pacientes, que estavam em tratamento com antimicrobianos e internados na UTI desde às 8 horas da manhã do dia em que foi realizado a coleta dos dados. A adequação do consumo de antimicrobianos foi medida através de estudo mensal de prevalência de um dia, ao longo de 12 meses (2018-2019). A média obtida de pacientes internados nas 5 instituições participantes foi de 57,9 (DP + 4,5), desses 36,2% estavam em tratamento com antimicrobianos. A taxa de pacientes em uso de antimicrobianos foi de 62,3% e a razão de antimicrobianos por paciente foi de 1,53. As classes de antimicrobianos mais prescritos foram as combinações de penicilinas com  inibidores de beta-lactamases  (31,4%), seguidos de carbapenens (31,3%) e as penicilinas resistentes a beta-lactamases (17,2%). Concluiu-se que os programas de gerenciamento melhoram a capacidade de prescrever e administrar antimicrobianos de amplo espectro, diminuir profilaxias, realizar substituição para via oral, favorecendo a sustentabilidade do sistema de saúde e favorecendo a redução de dias de terapêuticas quando houver melhora clínica satisfatória. Dessa forma estes Programas no âmbito hospitalar tem sido identificado como uma estratégia útil para melhorar os resultados assistenciais, de uma maneira segura e custo-efetiva, favorecendo a redução do desenvolvimento da resistência antimicrobiana.


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