TORNAR-SE PESQUISADOR ENQUANTO BOLSISTA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Carla Heloisa Schwarzer, Mélani da Silva, Simone Beatriz Reckziegel Henckes, Jacqueline Silva da Silva, Andreia Aparecida Guimarães Strohschoen

Resumo


A pesquisa científica possui um papel importante para a carreira acadêmica e profissional do estudante de graduação, é um aprendizado complexo, contínuo, não têm limites ou fim. A produção de novos conhecimentos requer postura curiosa e investigativa por parte do pesquisador, o que resulta no ato de pesquisar. Adquirir conhecimento por meio da pesquisa sobre um determinado objeto não é somente saber defini-lo criteriosamente, com dados empíricos, estatísticos e/ou explicativos. Significa relacionar-se com ele, interagir com o meio que o rodeia, desenvolver senso crítico, reflexivo e ter a capacidade de interpretar os dados coletados, compará-los, identificar pontos em comum e divergências. A modalidade de iniciação científica, no âmbito acadêmico, requer vontade de aprender mais, leituras, postura ética, paciência, o que possibilita a aquisição e desenvolvimento de habilidades, como elaborar hipóteses, construir significados, fundamentar argumentos com base teórica e empírica interagindo com o ambiente e espaço objeto de investigação. A experiência da autora enquanto pesquisadora, em nível de iniciação científica, ocorre pela inserção no projeto de pesquisa: “Princípio da Investigação e Pedagogia Empreendedora”, desenvolvido em uma Universidade do interior do RS. Neste projeto há um subgrupo que objetiva compreender e problematizar como os professores e alunos das turmas de Educação Infantil e Ensino Fundamental das escolas parceiras nesse estudo têm percebido e utilizado os espaços não formais (ENF) de ensino disponíveis (institucionalizados e não institucionalizados), considerando a alfabetização científica dos estudantes. No ano corrente, o objetivo da pesquisa é compreender como os alunos utilizam e percebem os ENF. Para tanto, a pesquisa apresenta abordagem qualitativa, com caráter descritivo e exploratório. Participam do estudo três escolas da rede municipal de ensino pertencentes a um município do interior do RS, com cinco turmas, sendo que recebemos previamente autorização das escolas e concordância dos professores, alunos e responsáveis por estes. Empregou-se observações sistemáticas de aulas em ENF e em sala de aula, além do desenvolvimento de grupos focais com os alunos utilizando-se de desenhos produzidos por eles e fotografias de ENF, como disparadores da discussão. Os dados estão em fase de análise, utilizando-se a Análise de Conteúdo. O processo de desenvolvimento do “ser pesquisador” inicialmente ocorreu por meio da leitura de artigos, livros, e-books pertinentes ao projeto, a escrita de fichamentos, sendo estes passos em direção a um “fazer pesquisa” enquanto bolsista de iniciação científica, primeiramente teórico, pois ser pesquisador é também, e talvez principalmente, estudar. A bagagem teórica e o olhar partindo de um objetivo definido auxiliaram nas observações das aulas nos diferentes espaços, pois assim articula-se na prática, no fazer pesquisa. A construção da metodologia e justificativa teórica para empregá-la, a utilização de instrumentos como gravadores, o registro fotográfico das observações estão servindo como ferramenta de respaldo na escrita de artigos e apresentações em eventos, estando ainda em análise. As habilidades desenvolvidas no processo de tornar-se pesquisador e que são aprimoradas com novas vivências investigativas, na troca com pesquisadores mais experientes e em discussões coletivas tem se apresentado como potente para o desenvolvimento do espírito científico almejado com a pesquisa.

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