Tempo de lembrar: recordações na velhice sobre comida da infância e juventude
DOI:
https://doi.org/10.17058/agora.v25i2.18320Palavras-chave:
Memória, Velhice, Alimentação e comidaResumo
Este artigo trata da memória sobre a comida do passado por meio de relatos de pessoas inseridas na categoria de velhos/idosos no Brasil, aquelas acima de 60 anos. Envolvem recordações sobre como eram a alimentação e a comida da infância. Todas as 14 pessoas com quem conversamos optaram por falar das memórias ligadas, sobretudo, ao afeto e aos bons momentos, mesmo quando entremeavam no relato algumas dificuldades de escassez alimentar ou de pobreza. Foram entrevistadas pessoas idosas com idade entre 65 e 84 anos. Todas elas residentes da região Sudoeste do Paraná, a maioria é descendente de italianos, alemães e poloneses. Quase todas nasceram no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina e se mudaram para a referida região depois de adultas, quando da política da Marcha para Oeste, do governo Getúlio Vargas em início da década de 1940. As lembranças trouxeram curiosidades a respeito de práticas alimentares, modos de fazer e uso de termos sobre comida onde mesclam a língua originária dos seus avós/pais, colonos, com a língua portuguesa, criando dialetos. Os depoimentos foram em vários momentos emotivos, trazendo muitas lembranças agradáveis, e outras nem tanto, mas foram considerados pelas idosas (os) que se dispuseram a contar um momento importante, tido como uma oportunidade de falar um pouco do passado para pessoas interessadas em escutá-las. O método foi qualitativo, usando a ferramenta principal da história oral.
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