Níveis de reprodução social e estratégias para a agricultura familiar
DOI:
https://doi.org/10.17058/redes.v25i0.14108Palavras-chave:
Renda agrícola. Sistemas de produção. Sustentabilidade.Resumo
A ocupação do território na Região Noroeste do RS consolidou unidades de produção com características distintas. Frente a isso, o presente trabalho teve o objetivo de analisar e diagnosticar a produção agropecuária do município de Santa Rosa, RS, e propor estratégias de desenvolvimento. Estudou-se a evolução da agricultura, o zoneamento agroecológico, a tipologia, a modelização e a caracterização técnica, econômica e ambiental dos sistemas de produção. A pesquisa foi realizada através de entrevistas semiestruturadas com trinta e cinco agricultores, em duas etapas, nos anos de 2016 e 2017, assim como utilizou-se de dados secundários e mapas. Como resultados, constatou-se que os solos são favoráveis à prática da agricultura e predominam unidades de produção familiar. Nos últimos vinte anos, houve substancial crescimento da produção de leite, grãos, fruticultura e olericultura e redução da suinocultura e área cultivada de soja. Foram caracterizadas quatro zonas agroecológicas sob a ótica do desenvolvimento e a história agrária foi agrupada em quatro períodos de acordo com fatos ecológicos, técnicos e socioeconômicos. Foram identificados treze tipos de sistemas de produção e cinco casos especiais. Apenas o caso familiar com produção de grãos e venda de excedentes não atinge o nível de reprodução social, ou seja, renda agrícola mensal de um salário mínimo por unidade de trabalho familiar, mais décimo terceiro. Estes agricultores deveriam ter prioridades de ação, assim como os agricultores familiares que apresentam baixa produção de leite. Recomenda-se investir em projetos de conversão ou adequação da produção, assistência técnica e assessoria ambiental para estes agricultores.Downloads
Referências
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