Estratégias Alimentares de Famílias Rurais Pobres na Região Oeste de Santa Catarina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.17058/redes.v24i3.14126

Palavras-chave:

Pobreza. Segurança Alimentar e Nutricional. Autoconsumo. Brasil.

Resumo

A sociedade civil brasileira contribuiu na concepção da Segurança Alimentar e Nutricional e, a partir de 2003, na formulação e gestão de políticas públicas específicas. Essa noção defende o direito das pessoas ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades básicas. Com base nessa perspectiva, este artigo tem por objetivo analisar as estratégias alimentares de famílias rurais pobres. A análise fundamenta-se em pesquisas realizadas em dezesseis municípios com características rurais da região Oeste de Santa Catarina, junto a 67 famílias assistidas pelo Programa Bolsa Família entre 2011 e 2018. Os resultados indicam que as famílias pobres adotam diversas estratégias de aprovisionamento de alimentos, com destaque para quatro mecanismos: i) produção tanto em áreas rurais quanto no perímetro urbano; ii) aquisição em mercados que permitem o pagamento a prazo; iii) empréstimo, troca e doação junto a familiares e/ou vizinhos; e iv) doação de empregadores, igrejas e prefeituras. Nenhuma família estava passando fome, mas quase todas viviam em situação de insegurança alimentar, além de se privarem de outras necessidades básicas em prol da alimentação. O conjunto de políticas públicas melhorou a alimentação das famílias rurais pobres, todavia, não foi suficiente para assegurar o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e diversidade, uma vez que não removeu os principais condicionantes da pobreza, que é o acesso a terra e a mecanismos de inserção produtiva.

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Biografia do Autor

Andréia Tecchio, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.

Doutora em Ciências Sociais pelo Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CPDA/UFRRJ - 2017), com Doutorado Sanduíche (por um período de 12 meses) na Unité Mixte de Recherche 5281 Acteurs, ressources et territoires dans le développement (ARTDev), na Université de Montpellier 3, em Montpellier/França. Mestra em Agroecossistemas pelo Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas, na Universidade Federal de Santa Catarina (PGA/UFSC - 2012). Especialista "Latu Sensu" em Movimentos Sociais e Desenvolvimento pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE - 2006). Engenheira Agrônoma pela UFSC (2002). Pós-Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (PGA/UFSC).

Ademir Antonio Cazella, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC.

Professor titular do Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas da Universidade Federal de Santa Catarina (PGA/UFSC). Graduado em Agronomia pela UFSC (1986), com mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro -UFRRJ (1992) e doutorado em Ordenamento Territorial junto ao Centre d'Etudes Supérieures d'Aménagement -Tours/França (2000).

Eric Pierre Sabourin, Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Dével – Montpellier – França

Graduação em Agronomia Tropical e Economia Rural pelo Institut Supérieur Technique d'Outre Mer Le Havre (1978), mestrado em Antropologia e Etnologia pela Université de Paris VII Denis Diderot (1979), mestrado em Sociologia do Desenvolvimento pela Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales de Paris, (1981) e doutorado em Antropologia e Etnologia pela Université de Paris VII - Denis Diderot (1982). E pesquisador titular em antropologia e sociologia rural do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad), Dep. Meio Ambiente e Sociedade, na Unidade Mista de Pesquisa ART-Dev "Atores, Recursos, Territórios no Desenvolvimento". É professor colaborador no programa MADER da FUP UnB desde 2015, professor visitante na UnB no Centro de Desenvolvimento Sustentavel- CDS, desde novembro de 2016.

Geneviève Cortes, Université Paul Valéry Montpellier 3– Montpellier – França

Doutora em Geografia. Professora da Université Paul Valéry Montpellier

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Publicado

2019-09-03

Como Citar

Tecchio, A., Cazella, A. A., Sabourin, E. P., & Cortes, G. (2019). Estratégias Alimentares de Famílias Rurais Pobres na Região Oeste de Santa Catarina. Redes, 24(3), 217-240. https://doi.org/10.17058/redes.v24i3.14126

Edição

Seção

As (re)configurações rurais e urbanas na alimentação e a perspectiva territorial