Colocar-se na obra literária: uma leitura dos que estão à margem
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v45i82.14220Palavras-chave:
Hermenêutica, empatia, alteridade, personagens literáriasResumo
Neste trabalho, desenvolvemos a ideia de que a filosofia hermenêutica contempla uma atitude moral de empatia, de colocar-se no lugar do outro, através da leitura do texto literário. Sob essa perspectiva, discorremos acerca da situação de opressão de duas personagens ficcionais – Popróshin, de “Diário de um louco”, narrativa de Nikolai Gógol, e o louco do Cati, da obra de mesmo título de Dyonelio Machado. Os seres humanos apresentados nestas histórias são levados à loucura por realidades sociais opressoras, injustas e violentas, o que sensibiliza o leitor. Consideramos que, ao debruçar-se sobre as questões da natureza humana, a hermenêutica aponta para as possibilidades que o ser tem de existir e permite ao intérprete a oportunidade de outrar-se na construção da compreensão, ampliando seu horizonte de sentidos. Tal ponto de vista interpretativo requer que o leitor se coloque na obra para poder escutá-la, já que o que é pesquisado não se separa daquele que pesquisa. Assim, como aporte teórico, baseamo-nos nos pressupostos da filosofia hermenêutica, sobretudo de Hans-Georg Gadamer e de Ernildo Stein, nas ideias concernentes ao tema da tradução de Jacques Derrida, além de autores que possam contribuir para uma reflexão acerca da violência e da loucura.Downloads
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