Conceptualização de órgãos sexuais e identidade de gêneros: tabu e preconceito
DOI:
https://doi.org/10.17058/signo.v42i75.9835Palabras clave:
Gender identity. Metaphor. Prejudice. Sexual Organs. Tabuism.Resumen
Em pesquisa de mestrado (FREITAS, 2017), observaram-se os processos cognitivos que subjazem à construção de sentidos de piadas com emprego de nomes populares dados à vulva e ao pênis. Os dados, analisados fundamentalmente sob a ótica da Teoria da Metáfora Conceptual (LAKOFF; JOHNSON, 1980) e da Teoria da Integração Conceptual (FAUCONNIER; TURNER, 2002), demonstram depreciação nos nomes dados à vulva em oposição aos nomes dados a pênis. Verificou-se, com base nesses dados, que o acionamento do conhecimento convencionalizado dos falantes relativo a determinadas partes do corpo perpassa pelo âmbito do tabu linguístico (ULLMANN, 1966; GUÉRIOS, 1979). Nesse sentido, existem formas de contornar a restrição vocabular, utilizando-se de comparações que se pautam, predominantemente, em relações vitais de REPRESENTAÇÃO e ANALOGIA (FAUCONNIER; TURNER, 2002). Além disso, constatou-se que, para contornar a restrição vocabular moralmente estabelecida, são ativadas metáforas conceptuais gerais dos tipos PESSOA É OBJETO, (PARTE DO) CORPO HUMANO É OBJETO, PESSOA É ANIMAL, (PARTE DO) CORPO HUMANO É ANIMAL e (PARTE DO CORPO DA) PESSOA É PLANTA, que estruturam metáforas conceptuais mais específicas, tais como PÊNIS É OBJETO ERETO E RIJO, PÊNIS É OBJETO CILÍNDRICO E RETO, PÊNIS É AVE, VULVA É OBJETO CURVO, VULVA É MATAGAL e VULVA É RECEPTÁCULO DO PÊNIS. Pretende-se, com este trabalho, ilustrar a conceptualização dos nomes dados à vulva sob a perspectiva da construção da identidade de gênero, levando-se em consideração os valores culturais e experienciais subjacentes a essas metáforas do pensamento e, consequentemente, a tais designações de valor depreciativo.Descargas
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