A desumanização na poesia de Alex Polari
DOI :
https://doi.org/10.17058/signo.v48i92.18252Mots-clés :
Literatura de testemunho, Poesia brasileira, Alex Polari, Desumanização, Ditadura militarRésumé
O artigo tem por finalidade apresentar uma análise dos vestígios da desumanização presentes nos poemas “Recordações do Paraíso” e “Zoológico Humano”, do poeta e ex-preso político Alex Polari, inseridos no livro Inventário de cicatrizes (1978), à luz da teoria da literatura de testemunho. Para isso, é realizada uma contextualização da produção literária no período da ditadura militar brasileira, além de uma análise da transposição dos efeitos da despersonalização, à qual o poeta encarcerado era submetido, para a linguagem poética. No que se refere à teoria da literatura de testemunho, poesia e desumanização no contexto da ditadura militar, e sendo uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, este trabalho parte das considerações de autores e estudiosos como Judith Butler, Jaime Ginzburg, Márcio Seligmann-Silva, Maria Rita Kehl, Paul Ricoeur, Wilberth Salgueiro, entre outros. Por fim, espera-se contribuir para a transmissão da memória do autoritarismo impetrado pelo regime militar nas prisões de presos políticos, viabilizando uma maior atenção ao testemunho por meio da poesia como forma de reflexão sobre a história da sociedade brasileira.
Téléchargements
Références
BUTLER, Judith. Quadros de guerra: Quando a vida é passível de luto? Trad. Sérgio Tadeu de Niemeyer Lamarão e Arnaldo Marques da Cunha. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2020.
CHAUI, Marilena; ITOKAZU, Ericka Marie (org); CHAUI-BERLINCK, Luciana (org). Sobre a violência: Escritos de Marilena Chaui. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. v. 5.
FIGUEIREDO FILHO, Celso Ramos. Nos Porões da Ditadura: Psicanálise da tortura aos presos políticos no Brasil pós-64. Projeto História, São Paulo, n. 38, p. 57-78, jun. 2009.
GINZBURG, Jaime. Linguagem e trauma na escrita do testemunho. Revista Conexão Letras, [S. l.], v. 3, n. 3, 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/conexaoletras/article/view/55604. Acesso em: 28 mar. 2022.
KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir. O que resta da ditadura: a exceção brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010. p. 123-132.
POLARI, Alex. Camarim de prisioneiro. São Paulo: Global, 1980.
POLARI, Alex. Inventário de cicatrizes. Rio de Janeiro: Teatro Ruth Escobar e Comitê Brasileiro Pela Anistia, 1978.
PUCHEU, Alberto (Org.). Poemas para exumar a história viva: um espectro ronda o Brasil. São Paulo: Editora Cult, 2021.
RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2007. p. 423-462.
SALGUEIRO, Wilberth. O que é literatura de testemunho (e considerações em torno de Graciliano Ramos, Alex Polari e André du Rap). Matraga, Rio de Janeiro, v. 19, n. 31, p. 284-303, 2012.
SALGUEIRO, Wilberth. Tortura sob deboche: uma questão de riso ou morte (análise de “Trilogia macabra”, de Alex Polari). In: Congresso Internacional da ABRALIC, 12, 2011, Curitiba. Anais… Curitiba: Abralic, 2011, v. 1, p. 1-10.
SALGUEIRO. Trauma e resistência na poesia de testemunho do Brasil contemporâneo. MOARA, v. 44, p. 120-139, 2015.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Apresentação da questão: a literatura do trauma. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio (Org.). História, memória, literatura. Campinas: Editora da Unicamp, 2003. p. 45-58.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. Narrar o trauma: A questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 65-82, 2008.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Declaro(amos) que o artigo submetido é pessoal, inédito, não representando reprodução, ainda que parcial, de obras de terceiros, assumindo a responsabilidade por todas as colocações e conceitos emitidos, bem como também autorizo(amos) sua publicação pela revista Signo, Universidade de Santa Cruz do Sul. Declaro(amos) exonerar a APESC/UNISC de todas e quaisquer responsabilidades, e indenizá-la por perdas e danos que venha a sofrer em caso de contestação (da originalidade e dos conceitos e ideias); Declaro(amos), caso o artigo seja aceito e publicado pela revista Signo, a cedência e transferência de forma definitiva e perpétua, irrevogável e irretratável, para a APESC, dos seus direitos autorais patrimoniais referentes ao artigo denominado nesta declaração, para utilização da APESC em finalidade educacional. Concordo(amos) e estou(amos) ciente(s) de que a publicação eletrônica é de livre acesso, regida com uma Licença Os autores que publicam na Signo retêm os direitos autorais de seu trabalho, licenciando-o sob a Creative Commons Attribution License que permite que os artigos sejam reutilizados e redistribuídos sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. A Signo é propriedade da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul e hospeda na plataforma Open Journal System. Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
