De la modernización a la desterritorialización: dinámicas y dilemas del trabajo agrícola en el cerrado del Piauí, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.17058/redes.v25i2.11678Palabras clave:
Agricultura familiar. Agronegocio. Cerrado. Impactos socioambientales.Resumen
El agronegocio se ha manifestado como uno de los principales mecanismos de desterritorialización de la identidad cultural del agricultor familiar del cerrado piauiense, en vista que la reciente ocupación empresarial del municipio de Uruçuí, conformada en la modernización, en los principios de la agronomía científica y en los procedimientos de gestión administrativa, con el objetivo de producir a gran escala, sobretodo la soja, y la conquista de mercados, ha interferido en el paisaje, el trabajo, el uso de la tierra, las costumbres, los hábitos y las prácticas socioculturales, alcanzando el ecosistema y generando conflictos sociales, como la concentración agraria, configurando una grave crisis social y ambiental. Así, se hace necesario cuestionar el contexto de ocupación del cerrado uruçuiense por el agronegocio y sus repercusiones sobre la continuidad de la agricultura familiar. En ese sentido, se subraya que este artículo pretende analizar la desterritorialización provocada por el agronegocio granífero en la agricultura familiar de Uruçuí. Este estudio descriptivo/explicativo se basó en los métodos dialéctico y etnogeográfico, los cuales fueron subsidiados por investigaciones bibliográfica, documental y levantamiento, así como por formularios semiestructurados aplicados entre 254 agricultores familiares de Uruçuí. Se concluyó que el proceso de desterritorialización en Uruçuí, ocasionado por la difusión del agronegocio granífero, se confirmó, principalmente, en la subordinación de la mano de obra familiar al trabajo temporal en las grandes propiedades agrícolas, pues la misma era devaluada, presentando bajo nivel de especialización y una remuneración salarial reducida; en la disminución de las relaciones de ayuda mutua entre las comunidades rurales; en cambios en los modos de vida; y en la eminente dependencia de los agricultores familiares a la aplicación idílica de insumos químicos en las labranzas.Descargas
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